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Uma escultura de areia é uma construção feita unicamente
de areia e água. Misturando adequadamente esses dois elementos
pode ser criada, praticamente, qualquer forma. Além do tradicional
castelo de areia é também possível construir outras
formas arquitetônicas como objetos, pessoas ou animais. “Contudo,
muitos artistas dizem que aquilo que esculpem nem sempre é pré-definido,
pois a areia empilhada pode sugerir uma nova forma, ou uma nova figura”.
Embora a areia já tenha sido utilizada como material artístico
desde, pelo menos, há cerca de quatro mil anos atrás pelos
antigos egípcios, esta forma de arte e a sua popularização
é um fenômeno muito mais recente. Os primeiros artistas,
um pouco por todo
o mundo, começaram a criar as suas esculturas em praias e a exibi-las
ao público há pouco tempo atrás.
O interesse por este tipo de arte tem sido tal que hoje existem diversos
festivais de esculturas de areia em vários países do mundo,
onde se criam parques temáticos em areia de grandes dimensões,
ou se exibem enormes peças esculturais criadas por grupos de artistas
como no caso do projeto realizado na praia do Itararé “Brasil
500 anos”, foram retratadas várias cenas em escultura em
areia, o grupo de escultores trabalhou durante 5 meses e ficou exposta
durante 1 ano e alguns meses, também existe o projeto de exposição
na cidade de Paulínia onde o grupo de artistas retratou cenas bíblicas
no ano de 2000 e ainda estão expostas até hoje, apesar de
já terem sido restauradas por outras pessoas contratadas que utilizaram
outros matérias, fazendo com que a obra perca seu formato original.
O primeiro trabalho é o de empilhar areia de acordo com o projeto
da escultura e misturá-la com água até conseguir
um material compacto, que será depois delicadamente esculpido utilizando
escovas e pequenos instrumentos. Em projetos de grandes dimensões,
são necessárias algumas máquinas de construção
para transportar e empilhar a areia no início dos trabalhos. Em
algumas peças, nomeadamente as mais altas, utilizam-se, por vezes,
caixas de madeira como apoio na consolidação da mistura
de areia e água, moldes que são depois retirados, deixando
blocos de areia que são sempre esculpidos da parte superior para
a inferior.
Em princípio, uma escultura pode ser feita com todos os tipos de
areia. Contudo, o tipo de areia a utilizar determina o resultado final,
a durabilidade, a forma e a altura da peça. No entanto, a areia
ideal para esta forma artística deve ser fina, ter um grão
angular e ter sofrido pouca erosão, independentemente da sua origem.
A quantidade de areia a utilizar depende da dimensão da peça
a ser realizada. Por exemplo, uma escultura de três metros de altura
necessitará aproximadamente de cinqüenta toneladas de areia.
“Após anos de experiência com os mais variados tipos
de areia, tornou-se possível criar esculturas que podem ser exibidas
ao público e resistir durante meses aos fatores de erosão
naturais como a chuva e o vento. No exterior, sujeita às condições
atmosféricas, uma escultura de areia permanece naturalmente entre
três a cinco dias. Mas, se a areia for suficientemente fina e tiver
sido bem compactada pode resistir muito mais tempo. O recorde de longevidade
de uma escultura foi de dois anos na Califórnia. Num compartimento
fechado e acondicionado, as esculturas podem resistir dezenas de anos.
Quando acaba a sua exibição, destroem-se as peças
e deixa-se que a areia adquira naturalmente a sua forma original”.
A Escultura em Areia foi inovada aqui em Santos, por um grande artista,
tema deste trabalho. Pedro Germi criou na década de 60, a técnica
de esculpir na areia em bloco no sentido vertical, dando uma renovação
a uma arte que existia apenas no sentido horizontal.
Antigamente artistas faziam suas esculturas na horizontal e não
se preocupavam em alterar as técnicas, dando uma revolução
a esta arte. Pedro Germi então decidiu criar esta novidade que
iria mudar completamente o conceito desta modalidade artística.
Com apenas areia do mar e água, cavava-se um buraco na areia e
ia juntando toda a areia num bloco vertical, a areia misturada com água
do mar dá uma ligação que possibilitavam os blocos
de serem mais altos. Para os blocos ficarem maiores ainda, artistas também
se utilizavam de uma estaca interna, fincadas na areia estas estacas davam
sustentação à areia e com isso as esculturas ficavam
enormes, com vários metros de altura.
Essa criação repercutiu muito na cidade e muitos jornalistas
interessaram-se sobre o assunto. Foram feitas diversas matérias
e com isso divulgou-se muito mais a Escultura em Areia. O curso realizado
na praia, com aulas ministradas por Pedro Germi, obteve intensa procura
e com isso Pedro conseguiu o interesse da população para
a arte de esculpir em areia.
Pedro Germi na ocasião foi até convidado a participar de
propagandas comerciais com suas esculturas, a mais famosa foi a da Sudameris
Seguros, onde Pedro fez um castelo imenso de areia na praia de Ubatuba.
Além da criação do bloco em sentido vertical, a Escultura
em Areia ganhou mais uma inovação e mais uma vez por Pedro
Germi, que não parou suas pesquisas e novamente fez outra descoberta.
Com seus estudos e pesquisas Pedro Germi cria a técnica de Petrificação
da Areia, que consiste na mistura da areia do mar à substâncias
químicas, conseguiu petrificar uma escultura de areia, técnica
que infelizmente não foi passada adiante, para ninguém,
e até hoje desconhecem-se quais substâncias foram usadas.
Pedro faleceu e levou consigo a fórmula. Não revelou a ninguém
os elementos, o conteúdo desta criação, mas antes
de sua morte Pedro realizou muitos trabalhos de Areia Petrificada.
Na cidade de Santos e baixada santista, há inúmeras obras
espalhadas (constando na listagem em anexo – relação
das obras petrificadas), sem contar as obras que estão em poder
de sua mulher Yeda Germi, que em sua casa tornam-se elementos de decoração.
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