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"Os brinquedos são objetos mágicos, que despertam a
nossa imaginação. Com eles criamos o nosso próprio
mundo repleto de jogos e brincadeiras.
Há cerca de 6.500 anos os japoneses já fabricavam bolas,
utilizando fibras de bambu. Na China, a matéria-prima era crina
de cavalos. Mas os romanos e gregos preferiam confeccionar o produto com
tiras de couro, penas de aves e até bexiga de boi. Apesar disso,
os brinquedos só se popularizaram a partir da década de
50, com a fabricação do plástico em escala industrial.
A primeira bola branca por exemplo, foi idealizada por um brasileiro -
Joaquim Simão - em 1935. Sua intenção era a de melhorar
a visualização da "redonda" em jogos
noturnos.
Atualmente existem no país cerca de 300 fábricas de brinquedos,
que, anualmente, distribuem perto de dois mil brinquedos para o mercado
consumidor.
A
História do Brinquedo Para as Crianças Conhecerem e os Adultos
se Lembrarem, conta um pouco da evolução desses produtos.
Esse é o 16º livro infantil da publicitária Cristina
Von.
Os brinquedos, podem contar a história do próprio homem
e sua evolução social, cultural e até política.
Sim, política.
Os famosos soldadinhos de chumbo, por exemplo, nasceram como jogos de
guerra. "Muitos reis, como o francês Luís IX (1214-1270),
divertiam-se articulando batalhas com seus pequenos soldados", ressalta
a autora. A autora do livro encontrou textos do ano 1610 com relatos sobre
o que fazia o futuro rei da França: em cima de uma mesa perfurada,
ele formava esquadrões e simulava batalhas. O brinquedo só
passou a ser manufaturado comercialmente na metade do século 19,
em Nuremberg, na Alemanha. Mas era artigo de luxo, só os pequenos
nobres podiam tê-los. "Seus grandes fabricantes foram as famílias
alemãs Hilpert e Heinrichsen, que reproduziram grandes batalhas
e exércitos por mais de 100 anos."
A fascinação por pequenos bonecos sobreviveu até
os dias de hoje. Quem não se lembra do Playmobil? O brinquedo ganhou
suas primeiras versões em 1958. O projeto era da Metallwarenfabrik
Georg Branstatter (Geobra), então uma empresa que fabricava telefones,
caixas registradoras e brinquedos de metal. Somente anos mais tarde, contudo,
é que Horst Brandstatter pediu a Hans Beck, chefe de criação
da fábrica, que criasse um boneco barato, com prédios e
veículos para compor o kit. Beck foi feliz em sua criação
e os bonecos Playmobil viraram febre entre crianças das mais diversas
nacionalidades.
No
Brasil, no começo da década de 70, um ratinho fazia enorme
sucesso na TV, num quadro do programa Mister Show ao lado do ator Agildo
Ribeiro; sua versão boneco foi igualmente um sucesso. Topo Gigio
(topo significa rato em italiano) foi criado pela italiana Maria Perego,
em 1958.
Depois do boneco Falcon, no fim da década de 70, vieram muitos
e muitos outros. A mais recente onda foram os Pokémons, que invadiram
as gôndolas do comércio japonês. Hoje, a família
Pokémon tem mais de 251 tipos, divididos em 15 "espécies".E
cada uma tem um "poder especial". E, como a concorrência
é grande neste filão, outros ídolos já são
apontados pelas crianças.
Segundo Cristina Von, o futebol de botão foi criado por um inglês.
Em 1947, Peter Adolph anunciava sua invenção, o "subbuteo".
Entretanto, esta pode não ser a versão correta. Há
indicações de que bem antes, em 1930, o carioca Geraldo
Décourt já divertia a vizinhança com o seu "fotball
celotex" (nome que fazia uma alusão ao material usado em sua
confecção). Décourt utilizava, a princípio,
botões de verdade. Ou melhor, os das próprias cuecas. Depois,
passou a usar os da calça do uniforme da escola. "A escola
(o Colégio Aldridge, do Rio de Janeiro) proibiu o jogo de botão
porque, para poder jogar, arrancávamos os botões do uniforme.
Era comum os alunos assistirem às aulas segurando as calças
com as mãos", declarou certa vez o próprio Décourt.
Praticamente unanimidade entre as meninas, as bonecas, até 1930,
eram confeccionadas de pano; assim como os carrinhos eram de madeira.
Longe da tecnologia de ponta das grandes fábricas de hoje, seus
"criadores" eram costureiras e artesãos. As rechonchudas
bonecas artesanais de décadas passadas ganharam novas formas e
tamanhos. Nem dá mais para dizer que "só faltam falar".
Elas já falam, cantam, dançam, andam de patins e bicicleta,
choram, dormem... Isso sem contar com o fascínio mundial da boneca
barbie.
Décadas:
40
Não existiam bonecas de plástico - elas eram de uma massa
inquebrável. Surgiu o jogo Banco Imobiliário.
50
Surgiram as primeiras bonecas de plástico, como a Pupi. A Brinquedos
Bandeirante lançou bicicleta, jipe, rema-rema e velotrol. Os jipes
eram de ferro com pneus de borracha.
60
A boneca Susi foi lançada. A Amiguinha também ganhou sua
primeira versão. Destaque para a patinete com rodas de chapa, pneus
de borracha e base de chapa de ferro. Outro sucesso era o futebol de botão.
70
A Mãezinha era a favorita das meninas. Entre os jogos, estava o
Pega Varetas e o Ferrorama. O cãozinho Xereta era novidade. O Jipe
Júnior com farol e buzina deixou as crianças malucas! São
também desta época: boneca Tippy, Lalá e Lulú
(boneca com cachorrinho), Feijãozinho e Falcon.
80
Bate Palminha, Abelhudo, Cine Disney Show, Doutor Saratudo, Genius são
dessa década. O Pense Bem, pequeno computador da Tec Toy, foi eleito
o melhor brinquedo de 1988. A Estrela lançou a primeira boneca
eletrônica, a Amore."
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