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"INSTRUMENTOS
DE SOPRO
Assim denominados porque, nestes instrumentos, o som é produzido pela
emissão de ar dentro de um tubo. A altura do som depende do tamanho e
da temperatura do tubo e pode ser regulada pela abertura ou pelo fechamento
dos orifícios existentes ao longo do tubo. Podem ser feitos de madeira
ou de metal. Entre os primeiros, temos a flauta e o flautim, tradicionalmente
incluídos no grupo das madeiras, embora atualmente sejam fabricados em
metal, o oboé, o clarinete, o clarinete-baixo, o corne-inglês, o fagote
e o contrafagote. Entre os metais, incluem-se o trompete, o saxofone,
a trompa, o trombone e a tuba. Numa classificação à parte, está o órgão,
instrumento de sopro e teclado, com uma estrutura muito complexa.
Flauta transversal Um dos instrumentos mais antigos, a flauta transversal,
utilizada regularmente na moderna orquestra sinfônica, surgiu no século
IX, antes de Cristo, provavelmente na Ásia. Introduzida na Europa ocidental
através da cultura bizantina, no século XII depois de Cristo, era geralmente
associada à música militar. Somente na segunda metade do século XVII é
que passou a integrar a orquestra.
A moderna flauta transversal nasceu das transformações operadas no antigo
instrumento pelo alemão Theobald Boehm, por volta de 1840. Feita em metal,
geralmente prata, constitui-se de um tubo cilíndrico de 67 cm. de comprimento
por 19 mm. de diâmetro. Divide-se em 3 partes: cabeça ou bocal, corpo
e pé.
O bocal tem por função manter rigorosamente o equilíbrio da afinação;
o corpo e o pé contêm orifícios e chaves, cuja finalidade é diminuir ou
aumentar o comprimento da coluna de ar no interior do tubo. Soprada lateralmente,
seu alcance é de 3 oitavas (dó3 a dó6). Tem sido tratada como instrumento
solista e como instrumento da orquestra, sendo o mais agudo entre os membros
regulares do grupo das madeiras.
Existiram na Antigüidade diversos outros tipos de flauta. No entanto,
a única que coexistiu com a flauta transversal foi a flauta doce, soprada
pela ponta, muito usada pelos músicos renascentistas e barrocos.
O flautim ou piccolo, versão menor da flauta transversal, cujo tubo tem
aproximadamente metade do comprimento da flauta. É o instrumento mais
agudo da orquestra, da qual não é, entretanto, um elemento essencial.
Alcança quase 3 oitavas (ré4 a dó7). Há ainda a flauta baixa, que se usa
para sons mais graves. Prolonga-se o comprimento do tubo ou em alguns
casos, constrói-se com um cotovelo pelo qual o tubo se aproxima, no outro
extremo, à posição da boquilha.
Flauta doce
Com freqüência é conhecida como flauta de bico, por tradução direta de
seu nome francês: flût a bèc. Bastante utilizada em orquestras que utilizam
os chamados instrumentos originais, com a recuperaçãao da música do passado,
em especial do período barroco.
São construídas de madeira, como no passado, com a sua forma ligeiramente
cônica e a sua parte mais estreita para o final. No extremo superior,
têm um corte chanfrado reto, pelo qual o intérprete sopra através da boquilha,
com o instrumento colocado na posição vertical. O corpo sonoro tem uma
série de orifícios que o intérprete de obturar ou deixar abertos, para
encurtar ou alongar o comprimento da coluna de ar.
As flautas doces estão formadas por uma ampla família, conforme o seu
tamanho, isto é, conforme o comprimento do tubo sonoro, que vai desde
a sopranino, no agudo, até a grave ou baixa, que tem alcance muito amplo.
Oboé
Instrumento antiqüíssimo, o tipo utilizado hoje nas orquestras sinfônicas
surgiu na França, na segunda metade do século XVII, a partir do desenvolvimento
das charamelas medievais e renascentistas. Os primeiros modelos foram
fabricados pelos franceses Jean Hotteterre e Michel Philidor, e eram usados
pelos músicos da corte de Luís XIV.
A forma do moderno oboé, data do período de Haydn e Mozart, embora tenha
sofrido algumas importantes modificações no decorrer dos séculos XVIII
e XIX, como, por exemplo, o aumento de sua extensão.
Constitui-se de um tubo cônico e palheta dupla, sendo o som controlado
por orifícios e chaves. De timbre anasalado, distingue-se perfeitamente
dentro da massa orquestral. Seu alcance é de 2 oitavas e meia, começando
no si, uma oitava abaixo do dó médio.
Utilizado sobretudo como integrante da orquestra sinfônica, onde é indispensável,
há também considerável literatura para solo do instrumento.
Corne-inglês
De estrutura semelhante à do oboé, distingue-se deste pelo tubo mais longo
e por um esférico pavilhão em forma de pera. Desenvolveu-se a partir do
oboé de caça, no século XVII. A origem do nome é desconhecida.
De timbre suave, soa uma quinta abaixo do oboé e é próprio para melodias
tristes e melancólicas. Embora Haydn e Beethoven tenham escrito obras
para este instrumento, suas potencialidades só foram amplamente desenvolvidas
por Berlioz, Wagner e Dvorák.
O corne-inglês não é utilizado com muita freqüëncia na orquestra sinfônica.
Clarinete
Surgiu no final do século XVII, a partir do aperfeiçoamento da charamela,
levado a cabo por Johann Christopher Denner, conhecido fabricante de flautas
de Niremberg. No século seguinte, passou a integrar a orquestra sinfônica.
Por volta de 1840, atingiu sua estrutura definitiva, com a introdução
do sistema de chaves de Theobald Boehm, que já havia sido aplicado com
sucesso na flauta.
Ao logo dos tempos, foram criados clarinetes de dimensões e timbres variados.
Há cinco modelos ainda em uso: - em mi bemol - o soprano da família, também
denominado “requinta”; - em dó – de timbre brilhante; - em si bemol –
o mais usado na atualidade; - em lá – de pouco uso; - clarinete-baixo
em si bemol – uma oitava abaixo do outro de mesma tonalidade.
Constitui-se de um tubo cilíndrico dividido em 4 partes: pavilhão, corpo
inferior, corpo superior e barrilete. Neste está embutida a boquilha,
na qual se adapta uma palheta simples.
Mozart foi um dos primeiros compositores a explorar o clarinete como instrumento
solista, compondo um concerto e várias peças de câmara. A sua escrita
para o clarinete, favorecendo a beleza do registo grave do instrumento
e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar
na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz
de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza
di Tito encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc.
XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas, evidenciando uma relação
estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como objeto significante,
é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral.
Criado em 1810, o clarinete-baixo ou clarone também é utilizado na orquestra
sinfônica, embora com menor freqüência. Distingue-se do clarinete propriamente
dito, pelo pavilhão recurvado e pelo diapasão mais grave.
Fagote
Uma pessoa que vá assistir a uma orquestra sinfônica se depara com um
grande número de instrumentos diferentes entre si. Mesmo o freqüentador
mais assíduo tem, por vezes, dificuldades em identificar alguns deles,
devido à diversidade de tamanhos, formas e nuances... Um desses instrumentos
que chama a atenção (fica muitas vezes escondido no meio da orquestra)
é o FAGOTE: um instrumento de forma um tanto exótica, na maioria das vezes
vermelho, parecendo-se com um enorme tubo revestido de chaves prateadas...
Refazer a “história genealógica” do fagote é voltar à época do Renascimento
e se perder um pouco em documentos imprecisos e desfeitos pela história...
À essa época não havia uma música instrumental propriamente dita, mas
tão somente instrumentos que, com poucas exceções (fanfarras militares,
música de dança e algum folclore) repetiam aquilo que já era cantado pela
voz humana. O canto a quatro vozes era então a regra e, para que os instrumentos
pudessem atender à tessitura de cada uma das vozes humanas (soprano, contralto,
tenor, baixo), eles eram construídos em diferentes tamanhos, constituindo-se
assim em “famílias de instrumentos”: instrumentos menores tinham som mais
agudo, os maiores, mais grave. Existiam, entre outras, famílias de violas,
de flautas, de cornamusas... Até aqui a história do fagote se confunde
em parte com a de outros instrumentos.
É bem provável que o fagote tenha tido sua origem em um instrumento grave
de uma dessas famílias de instrumentos de palhetas duplas: as bombardas.
A bombarda-baixo era de um tamanho quase descomunal, necessitando por
vezes de uma pessoa que a segurasse para que outra a pudesse tocar. Como
a criatividade humana não conhece fronteiras, o problema logo se resolveu...
Assim, a solução encontrada foi a de dobrar ao meio um instrumento que
tinha mais de dois metros de comprimento! Este procedimento reduziu por
certo suas dimensões, mas teve também como conseqüência uma alteração
da sonoridade, e a bombarda, inicialmente de som áspero e até agressivo,
passou a ter um som mais suave, mais “dolce”, a tal ponto que tomou daí
o seu novo nome: DULCIANA.
Com o acréscimo de algumas chaves necessárias para que os dedos pudessem
operar os orifícios mais distantes e algumas alterações de perfuração
e dimensões, este passou a ser o fagote barroco. Existe uma certa crença
de que o nome fagote venha do italiano “il fagotto”, o que significa um
amontoado de coisas, como por exemplo, um feixe de lenha, numa alusão
ao formato que o instrumento assumiu com sua dobra ao meio. Em francês
o fagote atende pelo nome de basson (uma alusão ao seu “som de baixo”?).
A nomenclatura inglesa é bassoon.
A passagem para o século XIX, uma época acentuadamente progressista, baseando
suas pesquisas na acústica, ressaltou a preocupação pela afinação e sonoridade
do instrumento, fazendo o fagote passar por uma série de inovações e melhoramentos.
É a partir de então que ficam mais diferenciados os sistemas hoje conhecidos
como alemão e francês.
O sistema francês se firmou através de construtores como Savary e Triébert,
que seguiam uma linha de construção mais conservadora. Atualmente o fagote
sistema francês é tido como um instrumento que executa com mais facilidade
passagens no agudo e tem como característica um som mais ou menos anasalado.
Buffet-Crampon é o nome que, em nossos dias, se tornou praticamente sinônimo
do fagote construído no sistema francês.
Na Alemanha, Carl Almenräder (1786-1843), com sua criatividade e muitas
inovações, é de fundamental importância no desenvolvimento do fagote sistema
alemão. Aliando-se a Johann Adam Heckel (1812-1877), um jovem e talentoso
construtor de instrumentos, Carl desenvolveu o fagote, dotando-o de um
novo mecanismo, alterando-lhe também as dimensões de perfuração. Esse
novo instrumento é a base do fagote moderno alemão, que atualmente também
é conhecido como “sistema Heckel”.
Para o ouvinte a diferença de sistemas se faz sentir sobretudo através
da sonoridade e do aspecto visual do instrumento; para o fagotista, além
destas, existe a grande diferença do mecanismo das chaves, que faz com
que o dedilhado usado em um instrumento não seja aplicável a outro.
Independentemente do fagote ser baseado no sistema francês ou alemão,
ele se compõe de uma parte construída de metal (bocal) e de quatro partes
construídas de madeira (asa, culatra, baixo e campana), que se encaixam
uma na outra e que, quando montadas, perfazem um tubo cônico de 235cm,
tendo um diâmetro inicial de 4mm. e finalizando em 4 cm.
No tocante às partes de madeira, quando o sistema é alemão, o fagote é
quase sempre construído em ácer (em alemão: Ahorn; em inglês: maple wood);
quando seu sistema é francês, a madeira usada é tradicionalmente o jacarandá.
Como o ácer é uma madeira muito clara, quase branca, o fagote é normalmente
tingido com alguma coloração que lembre a nobreza da cor do mogno. O jacarandá,
por ser já de natureza mais escuro, não recebe corante e tende automaticamente
ao marrom. Mas não é a cor que importa; ela é um acessório meramente estético...
O fagote é o baixo do grupo das madeiras (flauta, oboé, clarineta, fagote)
e, dentre esses instrumentos, é aquele que tem a mais ampla tessitura.
São três oitavas e meia, abrangendo do sib –1 até o mi 4 (tomando-se como
base o dó central = dó 3). Atualmente instrumentos mais apurados, instrumentistas
mais ousados e uma literatura mais exigente estão fazendo extrapolar essa
tessitura, forçando o fagotista a tocar, em certos casos, até o sol 4.
O som do fagote é produzido, tal como na bombarda renascentista, por uma
palheta dupla aplicada a um bocal em forma de “S” e feita vibrar pela
boca do instrumentista através do sopro.
As exigências de sonoridade da orquestra moderna e o desenvolvimento dos
instrumentos fazem com que cada um dos instrumentos das madeiras tenha
um ou mais “parentes” próximos: flauta - flautim; oboé - corne inglês;
clarineta - clarone. No caso do fagote o parente próximo é o contrafagote,
que soa uma oitava abaixo do fagote.
O fagote é de construção bastante complexa, sobretudo em função da dobra
do instrumento, onde, em uma só peça, na chamada culatra, existem dois
furos: um descendente e outro ascendente unidos por uma válvula em forma
de “U”. Por isso, contam-se quase que literalmente nos dedos os fabricantes
de fagote pelo mundo afora, estando os principais representantes na Alemanha,
França, Estados Unidos e Japão.
O Brasil está modesta mas orgulhosamente representado neste seleto rol
de fabricantes com o autor deste pequeno histórico do fagote, que, há
cerca de 10 de anos, se aventura com sucesso nesse campo, usando para
isso madeiras brasileiras. Texto de Hary Schweiser – único construtor
brasileiro deste instrumento.
Contrafagote
Este instrumento soa uma oitava abaixo do fagote. Surgiu em 1714, criado
por Andreas Eichentopf, em Leipzig, sendo ocasionalmente utilizado pelos
compositores clássicos.
O moderno contrafagote segue o desenho idealizado, em 1870, pelo alemão
Johann Heckel. De estrutura semelhante ao fagote, seu tubo, no entanto,
se curva 4 vezes sobre si mesmo. Distingue-se também por um pavilhão de
metal voltado para baixo.
O instrumento alcança 3 oitavas, sendo o si bemol a sua nota mais grave.
Nas raras vezes em que aparece como solo dentro da massa orquestral, tem
por função criar atmosferas lúgubres ou grotescas.
Trompete
O mais agudo entre os metais, o trompete se originou, provavelmente, no
Egito Antigo, no II milênio antes de Cristo, tendo adquirido importância
como instrumento musical a partir do século XVII, ao ser introduzido na
orquestra.
Sua forma atual data da primeira metade do século XIX, quando os fabricantes
alemães Blühmel e Stölzel criaram o sistema de 3 pistões, que tornou o
instrumento mais versátil, aumentando seu registro e tornando sua execução
menos difícil. Pode ser afinado em ré ou, mais comumente, em si bemol
ou dó.
Consiste num tubo cilíndrico recurvado sobre si mesmo, em cujas extremidades
ficam o pavilhão e o bocal. A qualidade do som pode ser modificada com
a surdina, peça de madeira introduzida no pavilhão. Alcança 2 oitavas
e meia, começando do fá abaixo do dó médio.
Tem sonoridade brilhante e penetrante. É muito usado pelos compositores
em uníssono com as cordas e as madeiras da orquestra, como também em solos.
Saxofone
Criado em 1840 pelo belga Adolphe Sax, o saxofone é o único entre os sopros
de metal que possui palheta. Constitui-se de um tubo cônico com cerca
de 24 orifícios controlados por chaves, que permitem a produção dos diferentes
sons do registro do instrumento. Esse tubo termina num pavilhão largo,
voltado para cima.
Existem 7 tipos: - sopranino – afinado em mi bemol; - soprano – afinado
em si bemol; - contralto – afinado em mi bemol; - tenor – afinado em si
bemol; - barítono – afinado em mi bemol; - baixo – afinado em si bemol;
- contrabaixo – afinado em mi bemol.
Somente o soprano, contralto, tenor e barítono são usados com freqüência,
formando o quarteto comum dos grupos instrumentais de dança e jazz.
Introduzido na orquestra sinfônica no final do século XIX, popularizou-se
entre os compositores eruditos como Rossini, Berlioz e Meyerbeer, com
preferência para o sax contralto. Seu registro alcança 2 oitavas e uma
Sexta, começando do si bemol abaixo do dó médio.
Não é membro permanente da orquestra sinfônica, mas seu repertório é vastíssimo,
com muitas obras para solo.
Trompa
Surgiu na França, por volta de 1650. Como um desenvolvimento da trompa
de caça, que, por sua vez, se originou dos primitivos instrumentos feitos
com chifres de animais. Já no final do século XVII foi integrada à orquestra.
Consiste num longo tubo cilíndrico de 2 metros, recurvado sobre si mesmo
numa espiral de duas voltas. Na extremidade mais estreita, localiza-se
o bocal, em forma de funil, e, na outra, o pavilhão. O som é controlado
por 3 válvulas, incorporadas ao instrumento no início do século XIX pelos
fabricantes Blühmel e Stölzel (alemães) e Leopold Uhlmann (austríaco).
Esse mecanismo permitiu a execução de todos os sons cromáticos da escala.
A trompa emite um som aveludado e suave e sua afinação é em fá ou si bemol.
Alcança 2 oitavas e uma Quinta (si3 a fá4). Considerada indispensável
na orquestra a partir de 1830, foi utilizada também como solista por inúmeros
compositores. Um dos efeitos utilizados na trompa é a “surdina”, que se
consegue quando o intérprete coloca a mão ou uma peça de madeira no pavilhão,
obtendo um apagamento do som.
Trombone
Surgiu provavelmente na França quinhentista, a partir de modificações
introduzidas no trompete. Sua principal característica são as varas corrediças,
cuja função é controlar a emissão e a altura do som.
O corpo principal; do instrumento, extremamente simples, é formado por
dois tubos paralelos, presos um ao outro. Numa extremidade está o bocal
e na outra o pavilhão. Atualmente, é construído em 3 tamanhos: tenor,
contralto e baixo. O primeiro é o mais utilizado em orquestras sinfônicas
e é afinado em si bemol, soando uma oitava abaixo do trompete. No registro
baixo, também pode ser afinado em Sol.
Indispensável à orquestra, na qual foi introduzido por Beethoven, foi
tratado como solista por muitos outros compositores também.
No século XIX, um outro tipo de trombone, denominado de êmbolos, com 3
válvulas, era muito empregado nas orquestras, mas acabou perdendo seu
lugar para o trombone de vara.
Tuba
O mais grave entre os metais, a tuba surgiu por volta de 1835, em Berlim,
inventada por Wilhelm Wieprecht e construída por Johann G. Moritz. No
entanto, o modelo mais comumente empregado na orquestra foi desenvolvido,
por volta de 1845, pelo belga Adolphe Sax.
Consiste num tubo cilíndrico, recurvado sobre si mesmo, e que termina
num pavilhão em forma de sino. O som é controlado por válvulas ou pistões,
cujo número varia de 3 a 5. De timbre suave e surpreendentemente ágil,
apesar de seu grande porte, a tuba foi introduzida na orquestra por volta
de 1850. É afinada em fá e alcança 3 oitavas (fá1 a fá3).
Indispensável na orquestra sinfônica, foi por vezes utilizada em solos
orquestrais. É muito usada também nas bandas militares.
A “tuba wagneriana”, idealizada por Wagner para a sua tetralogia O anel
dos Nibelungos, possui estrutura semelhante à da trompa ( bocal e pavil!ão
recurvado). É afinada em si bemol e em fá e sua extensão vai do mi bemol1
ao ré4. Além de Wagner, Bruckner, R. Staruss e Stravinsky utilizaram-na
em algumas de suas obras.
Órgão
O maior e talvez o mais versátil entre todos os instrumentos, o órgão,
apesar de incluir-se entre os sopros, distingue-se destes por sua estrutura
especial, que reúne tubos, teclados e pedais. Os principais estágios da
evolução do primitivo órgão hidráulico grego para o órgão moderno incluem
a introdução de teclas, registros e mecanismo de acionamento.
Atualmente, o órgão constitui-se de 3 partes principais: - tubos – sua
característica básica; - console – que abriga os teclados, geralmente
em número de dois, pedais, botões para mudança de timbres e outros acessórios;
- mecanismo de acionamento – são os foles.
Cada tubo corresponde a uma nota e se agrupam em séries, denominadas registros,
que produzem sons de alturas variadas. Quanto maior o tubo, mais grave
o timbre.
Há 3 tipos de registros, de cuja combinação resulta a imensa variedade
de timbres e a grandiosidade sonora, característica do órgão, a saber:
- os de fundo ou flautados – produzem os sons principais de flauta e de
gambas; - os de mistura – enriquecem o som dos registros de fundo; - os
de palheta – conferem a sonoridade brilhante do trompete, clarim, etc...
Entre todos os instrumentos, o órgão é o que possui maior alcance: sete
oitavas e meia. Instrumento solista por excelência, o repertório abrange
obras de inúmeros compositores. Pode integrar também a massa orquestral."
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