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"Certamente,
de todas as festas cristãs, o Natal é uma das mais bonitas,
pois é carregada de cores, de luz e de símbolos muito ricos
em significados. Ao mesmo tempo em que a cidade soma-se, com seu comércio
febril, aos festejos do Natal, esvazia sua riqueza simbólica. Os
símbolos não querem dizer diretamente, mas querem apontar
para algo que vai além do nosso horizonte de compreensão.
Não fechemos, então, as portas para compreender esse ALGO
MAIS que Deus diz através dos símbolos do Natal.
PINHEIRO
- Deus afirma que Ele é como o "cipreste" que mantém
suas folhas sempre verdes (Os 14.8). Mesmo diante da falta de esperança,
da seca ou do inverno, Deus faz nascer o verde de uma nova esperança
(Is 11.1, 53.2; Jr 33.15). Nos países onde há neve, o pinheiro
conserva suas folhas verdes, mesmo no rigor do inverno. Como árvore
de Natal é citado na Europa, pela primeira vez, em 1539 e difundiu-se
a partir do séc. XIX. O costume europeu tornou-se uma referência,
não obstante as diferenças culturais e climáticas.
No nordeste do Brasil, a planta que se conserva verde mesmo durante a
seca é o Xiquexique, uma cactácea.
Uma a lenda conta que havia três árvores próximas
aos presépios: uma oliveira, uma tamareira e um pinheirinho, que
desejavam honrar o recém-nascido. A oliveira ofereceu suas azeitonas,
e a tamareira suas tâmaras, mas o pinheirinho não tinha nada
a ofertar. Lá do alto, as estrelas desceram do céu e pousaram
sobre os galhos do pinheirinho oferecendo-se como presente.
A
tradição da árvore é bem antiga (segundo e
o terceiro milênio A.C.), quando povos indo-europeus consideravam
as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Natureza,
por isso lhes rendiam culto. A civilização egípcia
considerava a tamareira como árvore da vida e a enfeitava com doces
e frutas para as crianças. Na Roma Antiga, os romanos penduravam
máscaras de Baco, o deus do vinho, em pinheiros para comemorar
uma festa chamada "Saturnália", que coincidia com o nosso
Natal. Na Mitologia Grega, as árvores eram utilizadas para reverenciar
deuses. Elas representavam as possibilidades de evolução
e elevação do homem e eram consideradas intermediárias
entre o céu e a terra. Na China, o pinheiro simboliza a longa vida
e, no Japão, a imortalidade.
O carvalho foi, em muitos casos, considerado a mais poderosa das árvores.
No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam
colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza,
que se pensava que havia fugido.
A atual árvore de Natal aparece na Alemanha, no século XVI
e, no século seguinte, são iluminadas com velas. No século
XIX, em 1837, a esposa alemã do duque de Orleans introduz este
costume na França. Ainda no século XIX, a tradição
chegou à Inglaterra e a Porto Rico. Em 1912, Boston, nos Estados
Unidos, inaugura uma árvore iluminada numa das praças centrais
da cidade, e isto se espalha pelo mundo, inclusive em países não-cristãos.
No século XX, torna-se tradição na Espanha e na maioria
da América Latina.
ESTRELA
DE BELÉM
- Enfeita-se o pinheirinho com estrelas ou então se fazem estrelas
de papel de cores variadas ou papel transparente. A estrela de Natal tem
um papel determinante na história, pois indica o caminho para os
magos (Mt 2.2). A estrela tornou-se o símbolo do extraordinário
que aconteceu naquela noite. A estrela aponta para o local do nascimento
do menino Jesus e aponta para a plenitude de vida que representa esta
vinda de Deus ao mundo em Cristo.
Ouça um áudio sobre a simbologia das Estrelas, clicando
aqui...
VELA(S)
- A vela simboliza a luz que veio ao mundo com o nascimento de Cristo,
como lemos no profeta Isaías 9.1: "O povo que andava na escuridão,
viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas".
Consumindo-se completamente para gerar luz, a vela simboliza a doação
em favor da vida. Mesmo com toda a iluminação artificial,
a vela conserva seu valor.
Ouça um áudio sobre a simbologia das Velas, clicando aqui...
PRESENTE(S)
-
A idéia de trocar presentes no Natal está relacionada, entre
outros motivos, aos magos que trouxeram presentes para o menino Jesus
(Mt 2.11). O grande e imerecido presente mesmo é Deus que nos oferece
em Cristo: uma vida abundante e repleta de alegria. A troca de presentes
entre as pessoas é uma forma de lembrar que a oferta generosa de
Deus em Cristo é para todos. O simbolismo do presente não
é que, egoisticamente, acumulemos um monte de presentes ou presenteemos
com segundas intenções. O simbolismo do presente é
a partilha que permite que pessoas excluídas tenham acesso à
vida boa e abundante que Cristo trouxe para todos. Presentear o necessitado
é abrir as portas para o Senhor nascer!
Ouça um áudio sobre a simbologia dos Presentes, clicando
aqui...
COROA
DE ADVENTO-
ADVENTO quer dizer tempo da chegada. O que era esperado se aproxima, está
para acontecer, chegou a hora de se concretizar. Cada domingo de advento
acendemos uma vela na coroa e lembramos:
1ª
vela: os profetas do AT que falaram da vinda e profetizaram o seu nascimento;
2ª vela: João batista, o último dos profetas, que preparou
o caminho para Jesus;
3ª vela: Jesus Cristo virá para julgar os vivos e os mortos
e edificar o seu reino;
4ª vela: Deus está em nosso meio sempre que ouvimos a sua
palavra.
A COROA simboliza o fato de Jesus ser Rei. Os RAMOS VERDES lembram a eternidade
de Deus.
Acender
velas nos remete à festa judaica de Chanuká, que celebra
a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus
das mãos dos gregos. Lembramos também da remota festa pagã
do Sol Invencível dos romanos (Dies solis invicti), celebrada na
noite do solstício de inverno, em 25 de dezembro. Os cristãos
transformam-na na festa da luz que é Cristo. Na chama da vela estão
presentes todas as forças da natureza. Vela acesa é símbolo
de individuação e de nossos anos vividos. Tantas velas,
tantos anos. Para o cristão, as velas simbolizam a fé, o
amor e a vida.
Veja
ainda outros símbolos:
"PRESÉPIO - Segundo a tradição
católica, o presépio foi criado por São Francisco
de Assis, no século XIII, em 1223, na região da Úmbria.
Com a permissão do Papa, montou um presépio de palha que
representava o ambiente do nascimento de Jesus, com pessoas e animais
reais e não bonecos. Neste cenário foi celebrada a missa
de Natal e o sucesso foi tamanho que rapidamente se estendeu por toda
a Itália. As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para
ensinar os fiéis serviram de inspiração para que
se criasse o presépio, que hoje é uma tradição
na Itália, na Espanha (a tradição chegou com o rei
Carlos III, que a importou de Nápoles, no século XVIII),
na França (inícios do século XX), no Tirol austríaco,
na Alemanha, na República Checa, na América Latina e nos
Estados Unidos.
CANÇÕES:
Anjos
cantores anunciam uma boa notícia. "Glória no mais
alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade". Anjos,
ou seja, mensageiros surgem nos céus para confirmar o nascimento
do filho de Deus. Pela melodia que entoam prenunciam um novo tempo.As
primeiras canções natalinas datam do século IV e
são cantadas até hoje na véspera de Natal.
REIS
MAGOS
- O
Evangelho de Mateus é o único a relatar a vinda dos sábios
do Oriente. Posteriormente, acrescentaram-se inúmeras lendas, uma
das quais dizendo que eles vieram da Pérsia. No século V,
Orígenes e Leão Magno propõem chamá-los de
reis-magos. No século VII, eles ganham nomes populares: Baltazar,
Belquior e Gaspar e trazem ouro, incenso e mirra para o menino Jesus.
No século XV, lhes é atribuída uma etnia: Belquior
(ou Melchior) passa a ser de raça branca, Gaspar, amarelo, e Baltazar,
negro, para simbolizar o conjunto da humanidade.
SINOS - As renas carregam sinos de anúncio
e de convocação. O sino simboliza o respeito ao chamado
divino e representa o ponto de comunicação entre o céu
e a terra. Remete ao ambiente rural, o tempo da igreja matriz e seus sinos
e toques de aviso e de convocação para a vida e para a morte.
BONECO
DE NEVE
-
O toque mágico do Natal vêm com a brancura e o frio da neve
no hemisfério norte que exigem que as pessoas convivam mais dentro
das casas. Nos países frios, as crianças se acostumaram
a sair nos dias de neve de Natal para criar seu próprio homem de
neve. Só é preciso armar duas grandes bolas de neve e colocá-las
uma sobre a outra. Uma cenoura serve de nariz, um cachecol velho, um chapéu,
algumas laranjas para os olhos e quatro galhos para servir de pés
e mãos e o boneco de neve está pronto.
A
tradição popular se transformou em peça de decoração
de árvores de Natal, mesmo em países tropicais como o Brasil.
CARTÕES
- A confecção do primeiro cartão de Natal, costuma
ser atribuída ao britânico Henry Cole que, em 1843, encomendou
a uma gráfica um cartão com a mensagem: "Feliz Natal
e Próspero Ano Novo" porque não tinha tempo para escrever
pessoalmente a cada um de seus amigos.
Mas, em 1831, um jornal de Barcelona, na Espanha, quis colocar em funcionamento
a técnica da litografia felicitando seus leitores pelo Natal mediante
uma estampa, o que já pode ser considerado uma forma de cartão
de Natal.
O costume de desejar Boas Festas com o uso de um cartão se estendeu
por toda a Europa e, a partir de 1870, estes cartões começaram
a ser impressos coloridos. Já a partir desta época a imagem
do Papai Noel - com suas diversas variações ao longo das
décadas - começou a ser freqüente nos cartões
de Natal.
PAPAI
NOEL
- Personagem
destacado no Natal é o Papai Noel. São Nicolau, chamado
Santa Klaus, bispo de Myra, na Lícia antiga (atual Turquia). Durante
o século IV, este homem de fé marcante foi transformado
legendariamente neste Papai universal que oferece às crianças
presentes, brinquedos e carinhos.
Uma
lenda conta que São Nicolau, no dia de sua festa, 06 de dezembro
de cada ano, passava de telhado em telhado depositando presentes nas meias
colocadas nas chaminés.Ele estaria acompanhado de um "homem
mau" encarregado de punir as crianças desobedientes. Era um
homem bondoso que ficava feliz em presentear gente pobre. Converteu-se,
com o tempo, em protetor das crianças, dos marinheiros, dos viajantes
e dos mercadores, os tradicionais provedores de presentes.
Em 1087, mercadores italianos roubaram de Myra as relíquias deste
bispo e a trouxeram para Bari, na Itália, onde hoje se encontram.
Nicolau
foi substituído em alguns países pela lenda do menino Jesus
que distribuiria presentes na noite do dia 24 de dezembro. Unindo estes
contos às antigas lendas nórdicas, renas, trenós
de neve e gnomos míticos, temos hoje todos os ingredientes de um
conto infantil capaz de comover até os adultos que ainda sonham
com sua infância.
Na
Antigüidade se trocavam presentes na festa do solstício de
inverno, como um sinal de renovação. Em Roma, festejava-se
a deusa Strenia. Nos países nórdicos, o deus Odin à
cavalo sobre uma nuvem trazia para as crianças recompensas ou punições
face ao seu comportamento.
O
atual Papai Noel, de roupa vermelha e saco às costas, nasceu nos
Estados Unidos, na metade do século XIX, como um São Nicolau
sob a forma de um gnomo ou duende e, logo em seguida foi transformado
em um simpático velhinho. Ele é introduzido na Europa depois
da primeira Guerra Mundial e se impõe pouco a pouco pela pressão
comercial.
A
lenda diz que o bom velhinho vive no Pólo Norte e tem amigos duendes
que o ajudam a entregar os presentes. E, como cada país no mundo
vive em um horário diferente, ele consegue entregar todos os presentes
no tempo certo.
Além
disso, as renas que guiam seu trenó têm anos de prática
e conseguem voar muito rápido. São tantas que Noel não
consegue contar. O nome de algumas das renas do Papai Noel, em inglês,
são: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donder e Blitze.
A primeira vez que foram mencionadas foi em uma história chamada
Uma Visita de St. Nicholas, escrita por C. Clement Moore, em 1823. rena
do nariz vermelho surgiu bem depois das outras, em uma história
chamada Rudolf, a Rena do Nariz Vermelho, de 1939. Antes mesmo da publicação
do conto, Rudolph foi chamado de Rollo e Reginald
BOLOS
E PANETONES
- Uma
série de bolos e massas são preparados somente para o Natal
e são conhecidos por todo mundo.O bolo recheado de frutas secas
e uvas secas é uma tradição do Natal italiano. Ele
foi criado na cidade de Milão, não se sabe ao certo por
quem. Existem três versões. A primeira diz que o produto
foi inventado, no ano 900, por um padeiro chamado Tone. Por isso, o bolo
teria ficado conhecido como pane-di-Tone. A segunda versão da história
conta que o mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti, primeiro duque de Milão,
preparou, em 1395, o produto para uma festa. E a última versão
é mais romântica e conta que Ughetto resolveu se empregar
numa padaria, para poder ficar pertinho da sua amada Adalgisa, filha do
dono. Ali ele teria inventado o panetone, entre 1300 e 1400. Feliz com
a novidade, o padeiro permitiu que Ughetto se casasse com Adalgisa. No
Brasil, a tradição surgiu depois da Segunda Guerra Mundial
quando imigrantes italianos resolveram fazer o mesmo panetone consumido
por eles na Itália na época de Natal."
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